Com novo presidente, projeto de privatização do Banco do Brasil está cancelado
Com passagem pelo HSBC, André Brandão só deve assumir gestão de fato em um mês
Publicado em: 03/08/2020 às 07h04Deve ser anunciado nesta segunda-feira (03.08) o nome de André Brandão como novo presidente do Banco do Brasil. Com isso, o plano de privatização da estatal, segundo a CNN Brasil, será adiado. A equipe econômica deixou a ideia de lado, na expectativa de uma eventual reeleição do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Pelas estimativas do governo, Brandão só deve de fato começar a despachar em cerca de um mês. Só haverá anúncio se antes o HSBC divulgar um comunicado oficial, de desvinculação de Brandão. Ele foi presidente do HSBC Brasil e hoje é diretor de Global Banking e Markets.
Após o anúncio oficial, formalmente Brandão ainda terá que passar pelo crivo do conselho de administração do Banco do Brasil. Ele também fará mudança de vida dos Estados Unidos para o Brasil, com a família.
“Se fosse [banco] privado, nomearia em 24 horas. Sendo público, passa pelo presidente, tem todo ritual, trâmites políticos”, afirmou à CNN uma fonte muito próxima do ministro da Economia.
Paulo Guedes, ao falar da natureza jurídica do Banco do Brasil, costuma dizer que "não é tatu, nem cobra", por se tratar de uma empresa de economia mista, uma combinação entre público e privado, o que criou empecilhos ao discurso privatizante do então presidente Rubem Novaes.
Paulo Guedes não abriu mão de privatizar o Banco do Brasil mas, com a saída de Rubem Novaes, decidiu reposicionar a gestão e colocar alguém com experiência no comando de banco. “Brandão veio para 'banquerar', é discreto, técnico, competente e apolítico, o que é o melhor”, disse a mesma fonte.
Logo que a saída de Rubem Novaes do cargo foi anunciada, o clima pesou dentro do banco porque funcionários levantaram a possibilidade de que haveria indicação política, relacionada ao Centrão. Vários nomes circularam nos últimos dias. Mas a escolha de uma pessoa de fora, na visão da equipe econômica, mostra que não houve interferência política.
O ministro Paulo Guedes apresentou o nome de Brandão ao presidente Jair Bolsonaro. O ministro afirmou a Bolsonaro ser uma indicação vinda de outro técnico do governo, o presidente do Banco Central do Brasil (BCB), Roberto Campos Neto.