Caixa Econômica Federal planeja abrir seu banco digital em seis meses
Caixa planeja abrir banco digital em seis meses
Publicado em: 27/11/2020 às 06h16A Caixa Econômica Federal (CEF) planeja criar um banco digital no próximo ano. A nova instituição financeira será separada da Caixa e passará por processo de abertura de capital (venda de ações) no Brasil e no exterior. A informação foi dada hoje (25) pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ao apresentar os resultados do banco no terceiro trimestre.
Ainda é preciso aprovação do Banco Central (BCB) e do Conselho de Administração da Caixa para que o banco digital seja lançado. “Estamos discutindo internamente. Há um consenso que esse é um ponto chave para o futuro da Caixa Econômica Federal. Já há uma conversa inicial no conselho de administração e algumas conversas no Banco Central”, disse Guimarães.
O presidente acrescentou que esperar ter aprovação para lançar o banco em seis meses. De acordo com Guimarães, a nova instituição, que já tem 100 funcionários, contará no começo da operação com 105 tipos de contas digitais abertas pela Caixa. Guimarães ressaltou que o banco digital vai ofertar, principalmente, três serviços: pagamento de benefícios sociais; liberação de microcrédito para, no mínimo, 10 milhões de clientes; e crédito imobiliário para famílias de baixa renda.
"No financiamento habitacional de baixa renda, são mais 5 milhões de clientes que terão o uso do aplicativo [Caixa Tem] para pagar boletos, contas", disse. O sucesso de pagamentos do Auxílio Emergencial sendo aceito pela população e a concorrência com outros bancos, motivou a criação de um banco digital.
Os benefícios sociais são pagos por meio da poupança social digital e a movimentação dos recursos é feita pelo aplicativo Caixa Tem. São 35 milhões de beneficiários que usam o aplicativo.
Caixa lucrou 1,89 bilhão no trimestre
A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 1,890 bilhão no terceiro trimestre deste ano, com queda de 76,4% em relação a igual período de 2019. Na comparação com o segundo trimestre (R$ 2,558 bilhões), a retração é de 26,1%.
De janeiro a setembro de 2020, o lucro líquido ficou em R$ 7,498 bilhões, queda de 53,6% em relação aos nove meses do ano passado (R$ 16,158 bilhões). No terceiro trimestre de 2020, o lucro ajustado, desconsiderados eventos extraordinários, foi de R$ 2,636 bilhões, crescimento de 1,7% em relação ao segundo trimestre. Até setembro, o lucro líquido ajustado chegou a R$ 8,3 bilhões.
Carteira de Crédito
A carteira de crédito ampla da Caixa (empréstimos mais as operações com títulos, valores mobiliários privados e garantias) totalizou R$ 756,488 bilhões em setembro de 2020, aumento de 10,7% se comparado ao mesmo período do ano anterior.
Segundo a Caixa, a participação de mercado ficou em 19,6% por influência principalmente do crescimento de 9,3% em habitação, 6,1% em saneamento e infraestrutura, 5,2% em crédito comercial pessoa física e 32,9% no rural.
No terceiro trimestre foram concedidos R$ 122,9 bilhões em crédito, aumento de 27,5% no trimestre, consequência do aumento de 60,6% em consignado, 21,5% em habitação, 5,8% em crédito rural, 7,5% em saneamento e infraestrutura e 72% em crédito para pessoa jurídica, principalmente nas linhas de micro e pequena empresa.
A carteira da Caixa finalizou o terceiro trimestre com índice de inadimplência de 1,87%, redução de 0,61 ponto percentual no trimestre e 0,50 ponto percentual em 12 meses.