Sexta-feira, 29 de março de 2024

Comprar um novo ou esperar mais? Um guia para trocar de telefone celular

Apple, Samsung e outras empresas querem que substituamos constantemente nossos telefones, mas muitas falhas têm soluções.

Publicado em: 06/09/2021 às 10h20

New York Times

Está quase na hora de vender novos telefones celulares, a época do ano em que empresas de tecnologia como Apple, Google e Samsung nos bombardeiam com campanhas de marketing deslumbrantes para nos convencer a comprar novos aparelhos.

Seus novos celulares variam um pouco, mas o argumento é sempre o mesmo: o celular que você tem não é mais bom porque o novo modelo tem uma câmera mais sofisticada e uma tela mais clara, além de ser mais rápido. Então, presenteie o “antigo” para um membro da família com menos experiência em tecnologia ou troque-o por um desconto na compra de um dispositivo novinho em folha.

Esse ciclo de promoção cria um dilema anual: é hora de fazer a troca por um mais moderno? Todos nós sabemos que, depois de alguns anos, nossos telefones não funcionam mais tão bem como antes. Pode não ser capaz de executar os aplicativos mais recentes. Pode parecer lento. Alguns componentes, como telas sensíveis ao toque, podem começar a falhar.

Em algum momento, torna-se prático adquirir um novo celular, como quando muitos aspectos negativos se acumulam ou o custo de consertar uma peça quebrada é muito alto. No entanto, as atualizações muitas vezes podem ser desnecessárias porque os elementos que nos deixam insatisfeitos com nossos telefones podem ser remediados com algum cuidado.

De qualquer forma, deixe-se guiar pela sua situação pessoal - e não pelo charme da temporada de novos celulares - e reserve um tempo para refletir sobre suas opções.

"Em geral, você tem que parar de associar a compra de um novo telefone celular ao lançamento de um novo iPhone", diz Nick Guy, editor sênior da Wirecutter, publicação parceira do The New York Times que testa e analisa produtos. "Não há nada de errado em adquirir um telefone celular mais tarde."

Aqui estão algumas perguntas a se fazer - e algumas dicas práticas - para ajudá-lo a tomar essa decisão.

Não estou feliz com meu celular?

A primeira e mais importante etapa é avaliar o grau de satisfação do seu telefone. Se há coisas que o deixam infeliz, investigue os problemas.

Adeus à ‘mãe do escritório’

Muitas das coisas que não gostamos em nossos telefones podem ser consertadas, portanto, é útil estar ciente das soluções. Aqui estão duas das frustrações mais comuns e seus remédios:

Se o aparelho ficar lento ou não durar o dia todo, uma das soluções mais fáceis e econômicas é trocar a bateria. As lojas da Apple substituem as baterias do iPhone por R$ 180 a R$ 230, e muitos técnicos independentes podem consertar baterias de celulares Apple e Android por quase o mesmo preço.

Substituir a bateria estende muito a vida útil do dispositivo e acelera sua operação. Como as baterias têm vida limitada, é recomendável trocá-las a cada dois ou três anos, disse Kyle Wiens, CEO da iFixit, empresa que publica instruções sobre como consertar dispositivos eletrônicos.

Outro problema comum é ficar sem armazenamento de dados, impedindo você de tirar mais fotos e baixar aplicativos. Uma solução rápida é eliminar os aplicativos que não são mais usados. Nos iPhones, a Apple oferece a ferramenta Space no iPhone, que exibe uma lista dos aplicativos que ocupam mais dados e quando foram usados ​​pela última vez. Em dispositivos Android, o Google oferece uma ferramenta semelhante: Arquivos (Files).

Alguns problemas importantes não são fáceis de resolver. Por exemplo, uma tela de toque quebrada pode custar R$ 380 ou mais para substituir, o que é próximo ao preço de um novo telefone decente, como o iPhone SE de R$ 1.900 ou o Google Pixel 4A de R$ 1.200. Quando um reparo do seu celular custar mais da metade do custo de um telefone novo, pode ser hora de pensar em trocar o seu dispositivo danificado por um novo.

Posso obter atualizações de software?

Os fabricantes de telefones lançam regularmente atualizações de software que incluem novos recursos, mas também abordam vulnerabilidades de segurança, por isso é importante estar ciente de sua instalação. Uma boa regra é considerar a atualização de seu telefone quando as atualizações de software não puderem mais ser obtidas.

Os telefones da Apple recebem atualizações de software por cinco a seis anos (o software iOS 15 da Apple, que chegará neste verão, será compatível com telefones até o iPhone 6S de 2015). Dispositivos Android os recebem por um período mais curto: entre dois e três anos. Atualmente está versão mais moderna de número 11.

Embora as atualizações de segurança sejam importantes, para algumas pessoas pode não ser prático trocar de telefone assim que as atualizações de software acabarem, disse Sinan Eren, executivo da empresa de segurança Barracuda Networks. Em países como a Turquia, vários impostos podem colocar uma sobretaxa de cerca de 100 por cento em produtos eletrônicos, disse ele, o que significa que os clientes têm um incentivo financeiro para manter seus dispositivos por mais de cinco anos.

"É uma situação difícil e, portanto, é um luxo pensar em segurança", disse Eren.

Existem maneiras de contornar esse problema. Aplicativos anti-malware como o Malwarebytes podem manter os telefones Android mais antigos funcionando com segurança por um pouco mais de tempo. Os telefones da Apple também podem executar aplicativos como o 1Blocker, que bloqueia o carregamento de anúncios maliciosos em sites.

Como a minha vida mudaria com um novo telefone celular?

É importante imaginar como seria sua vida com um novo telefone, disse o cara de Wirecutter. Se você tem um recém-nascido a caminho e a câmera do seu telefone tira fotos borradas, um novo dispositivo com uma câmera melhor pode mudar drasticamente a sua experiência com o celular.

Mas se você usa seu celular principalmente para tarefas básicas, como fazer ligações, enviar mensagens e navegar na internet, um mais novo e mais rápido não fará grande diferença, porque os telefones celulares são muito rápidos há muitos anos.

“Você não precisa substituir algo que funcione apenas porque existe uma versão mais nova e mais brilhante”, concluiu Guy.