Sexta-feira, 29 de março de 2024

Direita e parlamentares voltam às ruas em apoio a medidas polêmicas

Direita e parlamentares do PSL voltam às ruas para apoiar medidas polêmicas de Bolsonaro

Publicado em: 24/05/2019 às 05h40


Movimentos de direita organizam manifestação para apoiar as polêmicas medidas de Jair Bolsonaro (PSL), que enfrenta protestos dos estudantes contra cortes na educação e relação difícil para aprovar as medidas no Congresso Nacional. Para mostrar respaldo popular e força do presidente, parlamentares do PSL estão convocando a população, mas tentam desvincular o partido do movimento.

A convocação é reação à mobilização dos estudantes e professores, que já fizeram um protesto e convocam outro contra o contingenciamento de R$ 5,2 bilhões do Ministério da Educação. O grupo também tenta dar força a Bolsonaro na queda de braço com os deputados e senadores do Centrão e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).

A derrota imposta pelo grupo ao ministro de Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com a retirada do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a devolução da Funai (Fundação Nacional do Índio), deve dar gás ao movimento de domingo. Em Campo Grande, a marcha começa às 15h30 na Avenida Afonso Pena, em frente ao Ministério Público Federal, palco dos protestos a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Rafael Tavares, do EnDireitaCampoGrande, espera levar 3 mil manifestantes às ruas no domingo. Ele está convocando a população para apoiar o pacote anticrimes de Moro, a Reforma da Previdência, a aprovação da MP 870 (que reduz o número de ministérios de 29 para 22), contra o Centrão e a favor da CPI Lava Toga, a versão Lava Jato no Poder Judiciário.

A senadora Soraya Thronicke (PSL) reforçou o convite à população. “Vamos para as ruas pedir que as reformas e o pacote anticrime sejam aprovados. A voz das ruas é muito importante”, reforçou a parlamentar, que promete participar dos atos “como cidadã”.

Charge divulgada pelo Coronel David


Mesma posição defendida pelo deputado federal Loester Trutis (PSL). “Vou como cidadão para demonstrar apoio ao presidente”, garantiu.

Para o deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar (PSL), o ato será demonstração de patriotismo e união. “MS vai às ruas em apoio ao presidente, nosso País não pode retroceder”, destacou.

O deputado estadual Carlos Alberto David dos Santos, o Coronel David (PSL), a manifestação não é contra ninguém, mas a favor do presidente da República, seu governo. Ele acredita que as medidas podem garantir o equilíbrio econômico e financeiro e impulsionar o desenvolvimento do País.

O deputado federal Luiz Ovando publicou banner nas redes sociais em apoio à mobilização, mas não se manifestou sobre porque defende a manifestação.

Inicialmente, Bolsonaro cogitou participar das manifestações, mas acabou mudando de ideia. O presidente recomendou aos ministros que evitem o ato.

As consequências da manifestação de domingo, convocada para dezenas de cidades brasileiras, são consideradas imprevisíveis. Eventual sucesso poderá dar força ao presidente Bolsonaro, mas provocar a fúria dos deputados aliados no Congresso Nacional e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, um dos alvos das manifestações.

“Sou contra as chantagens políticas do centrão. Também sou contra a parcialidade do STF, atuando politicamente no STF, livrando corruptos”, pontuou  Capitão Contar, vocalizando as principais reivindicações de parte dos organizadores da manifestação de domingo.

Outro risco é a manifestação se transformar em fiasco e dar força aos críticos do presidente. Esta hipótese lembra o que ocorreu com Fernando Collor de Mello (PTB) em 1992, às vésperas do impeachment. Ele conclamou à população a vestir-se de verde e amarelo e milhares foram às ruas vestidos de preto.